Ontem alguém que contempla nossos quadrinhos, tirinhas, desenhos animada e filmes infantis completou 50 anos! A turma da Mônica está em festa!
A dentuça, brava, agressiva, de voz meiga e gordinha, inspirada na filha do autor que estrelou nas tirinhas de Cebolinha em 1963 e sob criação de Maurício de Souza, tornou-se um sucesso imediato, o que fez dela a líder da turma de personagens, devido ao seu instinto de liderança e personalidade forte. Hoje talvez a menina de 50 anos seja a personagem mais popular e querida dos quadrinhos brasileiros!
Além das histórias, Mônica já estrelou nas prateleiras de brinquedos, moda, utensílios infantis, cuidados com bebê, papelaria, alimentos e outros que somam mais de 2500 produtos que levam a assinatura de Mônica gerando um mercado imenso.
Mas o interessante é pensar em como uma personagem tão brava, rude e agressiva conquista tanto as crianças. Na verdade, se analisarmos, ela não é a única, afinal, o seriado mexicano Chaves também repleto de violência de adultos contra crianças e ainda assim aparenta ser leve e é campeão de audiência há quase 4 décadas.
Mônica é geniosa, mas sua voz meiga, sorrisos e o carinho que tem com seu coelho quebram o dissabor de vê-la batendo em Cebolinha e Cascão, fazendo o ato agressivo ser associado ao senso de justiça, embora “a justiça pelas próprias mãos” não seja a melhor forma de educarmos as crianças.
De toda a turma, Monica tem o estereótipo da menina geniosa:
- é a mais gordinha, (embora a fama de comilona seja de Magali);
- dentuça, o que a faz sofrer bullying pelas brincadeiras e travessuras dos amigos;
- é apaixonada por um dos meninos que sempre apronta traquinagens com ela, causando revolta;
- sua roupa vermelha, que segundo a psicologia das cores, indica a personalidade forte, guerreira, o perigo, a força, paixão e a cor que mais atrai o olhar infantil.
É pelo visto, o projeto foi bem pensado e não, nada acontece por a caso. Embora Maurício de Souza afirme que não imaginava que a personagem fosse ganhar o público tão rápido e a criou inspirando-se na filha apenas para poder estudar o pensamento feminino e baseando-se na inocência das crianças, quando uma personagem é bem estruturada, o sucesso é natural, certo?
"Eu tinha dúvidas sobre como uma mulher pensava, reagia. Mas como toda criança é transparente nas emoções e reações, estavam ali minhas inspirações. A Mônica fez grande sucesso de imediato. E sucesso não se planeja, acontece. O público leitor ‘elege’“ - fala Mauricio.
No vídeo abaixo temos a evolução gráfica de Mônica, desde os primeiros desenhos até o que conhecemos hoje, vale a assistir:
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